terça-feira, 20 de agosto de 2013

DINÂMICA E CRIATIVIDADE PARA UMA AULA MAIS PARTICIPATIVA E INTERESSANTE

O que fazer para que as aulas sejam participativas, envolventes e significativamente interessantes para os alunos?

Essa é a pergunta que não quer calar! E que não pode se calar, pois quanto mais fazemos esse questionamento, mais somos pressionados a ministrar uma aula que envolva a participação do aluno, afinal, é necessário planejar as aulas, pensar nos objetivos que queremos alcançar e desenvolver estratégias para que as aulas sejam mais participativas e interessantes.

A Bíblia diz em II Tm. 3.17, que o ensino da palavra é transformador. Esse deve ser o pensamento de todo o professor da escola bíblica. O objeto de estudo da sua aula, é algo que promove transformação, proporciona vitalidade e sabedoria. Nesse sentido, os professores são apenas instrumentos de Deus, para que as aulas sejam mais participativas e interessantes. Ser instrumento de Deus não é simplesmente aceitar o ofício ou o cargo. Ser instrumento é aceitar a missão e o dom do ensino. Isso implica em:

ü  OrAÇÃO – O ministério do ensino é realizado debaixo  da graça de Deus. A oração deve ser uma constante na vida do professor.
      ü  DedicAÇÃO -  Dedicação é entrega. O professor que abraça o ministério do ensino precisa dispor seu tempo para o planejamento das aulas, para meditação e reflexão dos assuntos que serão ensinados e para gastar tempo na busca de soluções criativas para melhorar seu desempenho em sala de aula.
      ü   AplicAÇÃO- O ensino deve ser aplicado na vida do professor. Sua forma de ver a vida, e os seus ensinamentos não podem ser desassociados do seu testemunho.

 Se o professor colocar em AÇÃO cada um desses itens, já terá dado largos passos rumo à dinamização de suas aulas, tornando-as mais participativas e envolventes.

 1. Planejamento

 O planejamento deve andar de mãos dadas com o professor. Não há aulas interessantes e envolventes se não forem precedidas de um planejamento para definir os objetivos e as estratégias que serão adotadas na apresentação do assunto.

Para planejar uma aula é preciso considerar as seguintes questões:
 1.    Para quem estou ensinando? Quem são meus alunos?
 2.    O que eu quero que os alunos aprendam sobre esse assunto?
 3.    Como eu vou ministrar essa aula para que significativa na vida do aluno?
 4.    Que recursos eu posso usar para alcançar meus objetivos?
  
O planejamento é a primeira ferramenta utilizada para que a aula seja mais dinâmica. Nenhum aluno suporta uma aula sem objetividade e professores despreparados. Sem planejamento as aulas caminham para o improviso e para a ausência de objetividade. Isso gera desânimo e insatisfação.

 Além disso, o professor deve ter pleno conhecimento daquilo que está ensinando.

2. Atrair o interesse e explorar o conhecimento do aluno

 No livro Ofício de Mestre de Miguel G. Arroyo, ele fala com e sobre os professores, trazendo o magistério para o centro do movimento de renovação educativa. Arroyo apresenta o professor como sujeito da renovação educativa, e que dialogar com eles é a melhor maneira de inovar. Para Miguel Arroyo é necessário repor os mestres em lugar de destaque, o lugar que lhe é de direito.

 Nesse sentido, cabe ao professor procurar meios de atrair o interesse do aluno e explorar o conhecimento que ele tem sobre o assunto que será abordado.


Um dos maiores desafios para o processo de dinamizar o ensino é motivar o aluno, e estimular sua participação na aula, mas isso é possível quando o professor assume o compromisso com sua classe e principalmente quando se percebe dentro do contexto de edificação da Igreja. É privilégio de cada professor está inserido na obra de edificação da Casa de Deus, quando isso é evidenciado em nossas vidas, surge naturalmente o desejo de dedicação ao ministério.

O professor consciente de sua missão é incansável na busca de estratégias e métodos para aperfeiçoar sua didática e atrair seus alunos com aulas interessantes e dinâmicas.

 3. Utilizar recursos didáticos

 Os recursos didáticos são aliados do professor para dinamizar as aulas e contribuir para o processo de ensino-aprendizagem, são, portanto, tecnologias educacionais pelas quais o professor explicita o saber com o objetivo de levar seus alunos à aprendizagem.

Essas tecnologias não substituem o professor, ao contrário são ferramentas usadas para auxiliá-lo na transmissão da aula previamente planejada. Nesse sentido, essas tecnologias educacionais merecem ser consideradas pelo professor no processo de planejamento, pois por meio delas é possível:
 ü  Diversificar as formas para ministrar o conteúdo,
 ü  Proporcionar aos alunos uma aula envolvente e dinâmica;
ü  Democratizar o ensino;
ü  Desenvolver uma leitura critica de assuntos correlacionados com a aula;
ü  Permitir a troca de conhecimento.

Para considerar as tecnologias educacionais no planejamento das aulas é preciso observar os seguintes critérios:

ü  Adequação quanto aos objetivos, conteúdo e interesse
ü  Simplicidade na utilização e manuseio
ü  Qualidade do recurso
ü  Atratividade
 
4. Inserir dramatizações, dinâmicas e estudo de casos na aula

Todos nós sabemos que aulas dinâmicas melhoram o aprendizado. Na Revista Nova Escola. www.novaescola.com.br de novembro 2001, diz que: “A dupla giz e quadro negro está cada vez mais ultrapassada”. Se de fato isso é verdade, o que dizer então da exposição como único método de ensino?
 
Segundo a revista um estudo realizado pelo NTL - Institute for applied Behavioral Science, organização americana especializada em estudos sobre o comportamento humano, a retenção das informações pelos alunos varia conforme o método utilizado pelo educador: aulas meramente expositivas são menos eficazes do que as enriquecidas com exemplos práticos, atividades lúdicas e discussões em grupo. ‘Aprendemos mais quando somos levados a refletir e a estabelecer relações’ - explica o professor Sérgio Leite do Departamento de Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas.

Veja abaixo os números levantados pelo instituto americano:

ü  Palestra  5%   
ü  Leitura  10% 
ü  Audiovisual  20% 
ü  Demonstrações  30%   
ü  Grupos de discussão  50% 
ü  Exercícios práticos  75%   
ü  Ensinar aos outros e uso imediato  80%   

5. Analogias e contextualização

 Analogia - É uma relação de equivalência, onde é possível a comparação e observar um ponto de semelhança entre coisas diferentes.

Na analogia destaca-se a semelhança, similitude, parecença. É possível estabelecer a identidade de relações entre os termos de dois ou mais pares, conceitos ou situações. Com base nessa conceituação, as analogias podem nos ajudar a entender um problema e identificando outras situações em que foram usados modelos na construção do conhecimento científico. É importante ressaltar para o aluno quando a importância da analogia e quando esta estratégia está sendo utilizada pelo professor.

 É importante que o professor saiba que as analogias são utilizadas para trazer um situação-problema desconhecida para uma situação do dia a dia, o que facilita o processo de entendimento e aprendizagem. São usadas geralmente para fazer entender conceitos complexos de forma simplificada, por isso, devem ser consideradas no planejamento das aulas, pois tem caráter pedagógico que facilita a compreensão e o aprendizado de conceitos e problemas complexos.

Contextualização – É trazer o conteúdo ensinado para a realidade do aluno. É aproximar o ensino para seu cotidiano. É converter a teoria na realidade prática tornando os conteúdos ensinados mais significativos e relevantes para o aluno. É dar significado ao conteúdo e deve basear-se na vida social e nos fatos do nosso coditiano, considerando a realidade dos alunos. Isso desperta o interesse do aluno que estará motivado para o estudo e o aprendizado. Não considerar interesses da vida do aluno na prática da sala de aula é decretar o desanimo e a falta de interesse dos alunos.

Segundo o Prof: Anderson Cezar Lobato em seu artigo: Contextualização: um conceito em debate, diz que “O divórcio escola-vida, faz com que o aluno se desinteresse pelo que é ensinado em sala de aula”.

Para uma aula mais dinâmica, os alunos precisam de um aprendizado que considerem a realidade em que vivem, fazendo-os pensar, analisar e refletir sobre os conceitos transmitidos.

6. Avaliar sua postura como professor

O professor também é considerado um recurso para dinamizar o ensino na Escola Bíblica. Sim, o professor dinâmico, consciente de sua missão tem carisma, zelo e compromisso com seus alunos. 
    
Para dinamizar o ensino o professor precisa ser zeloso e dedicado. Planejar suas aulas é o primeiro indício de que o professor tem visão do ensino transformador do qual é participante. Eles deverão estar bem preparados não só dominando o conteúdo e as tecnologias didáticas, mas também deve buscar um relacionamento intimo e verdadeiro com o Senhor que o chamou e vocacionou para o ministério do ensino.
           
O professor comprometido com Deus e com sua vocação terá em suas aulas a visão do ensino transformador pela Palavra de Deus e seus alunos se sentirão alegres e motivados, pois percebem que o ensino está associado ao testemunho de vida do seu professor.
 
A Escola Bíblica precisa de professores que:

ü  Conscientes de seu papel na edificação da igreja;
ü  Amam a Deus;
ü  Buscam dinamizar suas aulas para melhorar o processo de ensino;
ü  Procuram se especializar e aprofundar os seus conhecimentos;
ü  São coerentes e se interessam pela vida do aluno, por suas vitórias e por construir um relacionamento saudável com sua classe;
ü  São intercessores;

Nenhum aluno consegue ser motivado com a presença de professores sem carisma, que acham que sabe tudo, que são arrogantes, desinteressados, descomprometidos, desmotivados e prepotentes.

O professor é peça fundamental de motivação na Escola Bíblica.  Assim como ele ensina, também aprende. Que sejam abençoados por Deus na árdua missão de transmitir os valores eternos pautados na bíblia. Que tenham visão do ensino e busquem o aperfeiçoamento do Alto, para edificar seus alunos de graça e sabedoria e conhecimento bíblico.

Bibliografia:

Mello, Rosangela Menta – Artigo: Tecnologia Educacional, 2004
Maranhão, Maria Edmir - Importância da interdisciplinaridade e contextualização, publicadas em 14/01/2009. Disponível: http://www.webartigos.com
Lobato, Anderson Cezar - Contextualização: um conceito em debate – Artigo publicado em  6/5/2008 Disponível: http://www.educacaopublica.rj.gov.br
http://ibaelaserena.blogspot.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brainstorming
http://www.slideshare.net/calaisgarcia/o-estudo-de-caso
Imagens – Google imagens



Eliene Pereira da Silva Dias – Educadora Cristã, Especialista em secretariado executivo. Membro da IB Filadélfia, Guará. eneiledays@yahoo.com.br. http://aprendei-de-mim.blogspot.com.
Artigo publicado na Revista O EDUCADOR.